quinta-feira, 18 de junho de 2015

CASO CLÍNICO


Como podemos ajudar ?
Nas postagens anteriores apresentamos o conceito, os sinais e sintomas, além de discutir um pouco dos tipos e de como a psicose é tratada na sociedade. Com isso trazemos para você leitor uma visão diferente... E se você fosse o profissional de saúde generalista, que trabalha no Sistema Único de Saúde? Qual seria sua conduta diante de um paciente que apresentasse alterações comportamentais sugestíveis a psicose?

“ JL tem 13 anos e sempre foi um aluno participativo nas atividades de classe, tirava boas notas e nunca repetiu de ano.Tímido, conversava pouco mas tinha vários amigos, com quem costumava sair para jogar futebol na rua. Entretanto, começou a agir diferente nos últimos meses, afastando-se do grupo dizendo à professora que seus amigos não gostavam mais dele. Começou a se interessar por assuntos “diferentes”, como a história do Egito e religiões antigas. Ultimamente passa por momentos em que se torna difícil identificar se o que fala é fantasia ou realidade.Começou a usar roupas diferentes do habitual e parece mais descuidado, faltando à escola e atingindo notas mais baixas, mas não deve repetir de ano. Segundo sua mãe, JL se queixa de dores pelo corpo e de não se sentir bem na escola, pois se sente observado de modo diferente pelos outros alunos e por pessoas estranhas. No último mês pediu para trocar de escola porque estava ouvindo coisas que não o agradava, relatava que havia uma conspiração contra ele. A mãe preocupada levou JL ao posto de saúde, já que não possuía plano de saúde e nem condições financeiras para buscar um atendimento mais especializado. Diante disso, você como profissional de saúde, como poderia ajudar? ”
ATENÇÃO : A intenção não é distribuir possíveis diagnósticos e nem conduta terapêutica e sim trabalhar a crítica à conduta do profissional , da transmissão e da contra transmissão estabelecida na consulta. O caso foi retirado do Guia Prático sobre Psicose para Profissionais da Atenção Básica e adaptado, portanto é fictício.
Então? Deixe a sua opinião abaixo!
Abraço!
Hellen Leite
 

domingo, 14 de junho de 2015

TRANSTORNO BIPOLAR

UM TIPO DE PSICOSE...

Trata-se de um transtorno de humor que oscila entre o pólo da euforia, da mania ou da hipomania, do qual faz parte esse comportamento excitado e desorganizado, e o pólo da depressão. Em outros momentos a pessoa retoma suas atividades normais voltando ao equilíbrio sem grandes prejuízos comportamentais nem na integração das emoções e dos pensamentos.

É uma doença conhecida há milhares de anos, com descrições de transtornos desde a era cristã bem sugestivas dessa patologia. No passado, o transtorno bipolar era conhecido pelo nome de psicose maníaco-depressiva, uma doença psiquiátrica caracterizada por alternância de períodos de depressão e de hiperexcitabilidade ou mania. Nesta fase, a pessoa apresenta modificações na forma de pensar, agir e sentir e vive em um ritmo acelerado, assumindo comportamentos extravagantes como sair comprando compulsivamente tudo o que vê pela frente ou envolvendo-se em experiências perigosas sem levar em conta o mal que podem causar.

Ainda temos que considerar o caráter familiar. Existem trabalhos acompanhando filhos de pessoas com transtorno bipolar. A incidência é maior do que em famílias que não apresentam esse transtorno. Também o acompanhamento de gêmeos univitelinos. A correlação chega a 80 %. Então deduzimos que estão envolvidos fatores genéticos, mas também as circunstâncias externas tem seu papel.  Hoje estamos sujeitos a uma maior carga de estresse e ao uso abusivo, por alguns indivíduos, de substâncias lícitas e ilícitas. O uso desenfreado de remédios para emagrecer, cafeína, estimulantes, narcóticos, e tantos outros criam situações que possivelmente favorecem o desencadeamento desse transtorno.

O diagnóstico precoce é um dado muito importante. Hoje sabe-se que crianças podem já apresentar sintomas desde cedo. Na adolescência as inúmeras situações de estresse, fatores hormonais e a maior proximidade com uso de drogas aceleram a oportunidade de surgirem indefinições, dúvidas e o desencadeamento de transtornos. Quanto antes forem tomadas medidas preventivas e de tratamentos, menores serão as desastrosas consequências. Portanto o acompanhamento desses pacientes e o tratamento fará muito bem a saúde dessas pessoas e de seus familiares.

Gostaram do texto? Comentem!!

Giulia Lima

terça-feira, 9 de junho de 2015

Psicose no Idoso



À medida que a população envelhece, cresce nela, também, a prevalência de transtornos psiquiátricos e neurológicos, o que, frequentemente, contribui para incapacitações funcionais, cognitivas e afetivas. Visse e Blazer (1999), referindo-se à avaliação do idoso, utilizam o termo síndromes psiquiátricas – em vez de transtornos mentais - , afirmando que as síndromes são mais comuns como entidades diagnosticas na psiquiatria geriátrica. Entre as síndromes psiquiátricas, as psicoses estão em quarto lugar entre idosos que procuram os serviços de saúde mental.

Ao entrar na velhice, o portador de psicose e seus familiares já convivem há tempos com a doença e, provavelmente já estabeleceram concepções e formas de lidar com ela. As crenças e valores relacionados à velhice e ao processo de envelhecimento serão , assim, agregadas a tais concepções, o que pode resultar em novos desafios pela frente e, consequentemente, em uma nova configuração familiar. Assim sendo, o surgimento rompe com um determinado funcionamento socioafetivo do grupo familiar. Numerosas são as tarefas dos familiares neste contexto: administrar o tratamento farmacológico; lidar com as situações de crise; proteger o familiar doente de situações de perigo potencial ou real; prover sustento financeiro ou ajudar na organização financeira quando ele não possui condições para tal.
Há ainda as dificuldades de ordem afetiva ,pois as demonstrações de afeto positivas por parte do familiar doente, por via de regra, são raras ou quase inexistentes, característica marcante dos transtornos psicóticos graves. Um idoso portador de transtorno psicótico tem a sua capacidade de expansividade social e afetiva as vezes tão reduzida que ele não conseguirá atender aos pedidos de profissionais e familiares que recomendam a realização de atividades em grupos, como uma forma de aumentar os contatos sociais. Esses contatos trazem benefícios fisiológicos, e também psicossociais, porém, o idoso que sofre de psicose, muitas vezes consegue realizar as atividades solicitadas.
Somando-se a tudo isto, existe ainda o estigma da doença mental, culturalmente, ainda presente. Por isso, muitas vezes esses idosos são privados da vivência em família, realocados para casas de repouso, hospitais psiquiátricos e abandonados em seus próprios lares. Esses, mesmo com a atenção dos cuidadores, acabam se isolando ainda mais, o que pode complicar ainda mais o seu quadro, pois apresentam as mesmas dificuldades daqueles que convivem em ambiente familiar, só que de forma mais acentuada.
Vemos que as psicoses podem surgir em qualquer idade, até mesmo em idosos. E com o envelhecimento da população o número de idosos com psicoses ou outra síndrome psiquiátrica vem aumentando. Vemos também que o apoio da família é bastante importante, pois o idoso já precisa de cuidados extras, e precisa ainda mais quando tem alguma doença que afete a sua maneira de ver o mundo, criando outra realidade. O afeto do psicótico pode até diminuir, mas o da família, deve aumentar, pois com a ajuda desta, o tratamento e o controle da doença é muito mais fácil, e o psicótico pode, então ter uma vida normal livrando-se de muitas alucinações.


Gostaram do post? Espero que vocês tenham entendido um pouco sobre Psicose no Idoso.

Abraços,
Érica Quintela.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Psicose e Família


Quando uma pessoa passa a apresentar os sintomas de psicose, geralmente há uma mudança no seu padrão de comportamento, incluindo o isolamento social, falas sem sentido e a sensação de perseguição. E quem primeiro nota essas mudanças são os familiares mais próximos.Estes familiares devem ser orientados para reconhecerem estes sintomas e procurarem ajuda, pois quanto mais cedo o tratamento se inicia, melhores são as possibilidades de prevenir complicações e alcançar o melhor resultado no tratamento.

Por isso, o suporte familiar é fundamental para o tratamento das psicoses e de todos os outros transtornos mentais, uma vez que a participação dos familiares é importante para o acompanhamento e relato de quaisquer mudanças de comportamento que possam sinalizar um sintoma.
Mas, muitos familiares, quando vão buscar ajuda com algum profissional de saúde, apresentam sentimentos como negação, culpa, vergonha, raiva, medo, tristeza, impotência e solidão, sem saber como tratar seus entes. Desta forma, o profissional  de saúde  deve acolher este familiar e explicá-lo as causas para o aparecimento de uma psicose, e estas envolvem uma soma de fatores biológicos, ambientais e sociais e que este conjunto de fatores influencia na vida diária de todos os envolvidos neste processo de adoecimento. 
 Além  disso, esse é o momento  em que o psicótico mais precisará de cuidado e apoio já  que muitas vezes será vítima  de preconceito e discriminação, que até  hoje são mantidos por falta de conhecimento e esclarecimento sobre as doenças mentais.
Vemos que a ajuda da família é muito importante e que a participação dos familiares é fundamental para o acompanhamento de mudanças de comportamento, para o auxílio no tratamento, e também no combate ao preconceito e à discriminação que os psicóticos sofrem.






O apoio da família é muito importante para todos, ainda mais quando é necessário um cuidado extra. Espero que tenham gostado do texto. Continuem nos acompanhado, pois sempre teremos novidades!


Abraços,

Lorena Batista.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Psicose e Sociedade


Como é vista a psicose ?


Segundo o senso comum a psicose é metaforizada na palavra loucura. Então amigo leitor, o que seria uma pessoa louca? A dificuldade de definir os parâmetros dos transtornos mentais também se reflete na maioria da população leiga. Contudo a identificação do “louco” é fácil de realizar. Isso acontece porque estamos inseridos em um processo sociocultural de estigmas e símbolos que identificam os conceitos dos determinantes sociais de comportamento.
A loucura é e foi tratada de diferentes formas com o passar dos anos. Mas só recentemente a comunidade científica buscou um padrão para criação de uma conduta terapêutica, essa pautada no modelo de saúde e doença.
 A psicose é concebida na sociedade ocidental como uma afecção mental que tira a completa noção de identificação do ser como cidadão, e erroneamente dissocia o portador de seus direitos. A perda da razão, segundo a sociedade ocidental vigente, marginaliza o indivíduo, criando dois tipos de grupos: “os normais” e os “psicóticos”. Esse tipo de abordagem dificulta o entendimento da doença e até seu processo de identificação, que começa dentro do seio familiar. Tal atitude leva o indivíduo a não exteriorizar a sua angústia e sofrimento, fazendo com que o quadro se agrave. Quando suas atitudes já não são mais saudáveis diante dos mais próximos, é que na maioria das vezes procura-se o profissional de saúde capacitado.
O psiquiatra Augusto Cury trata esse tema de forma brilhante no seu livro o Futuro da Humanidade, onde cria um diálogo entre um jovem médico e um morador de rua sobre o viés da loucura na comunidade. O personagem principal Marco Polo questiona os padrões de comportamentos e percebe no morador de rua Falcão de que maneira é excluído um portador de transtornos mentais.
O mais preocupante é que a Reforma Psiquiátrica no Brasil parece caminhar a passos lentos. Como conscientizar a população e por consequência melhorar a assistência aos portadores de psicoses? Sem a adequação da rede de atenção básica do SUS (Sistema Único de Saúde) para o pré-atendimento e acolhimento desses indivíduos, além do processo educacional promovido também por esse sistema, é muito difícil desconstruir o estigma da “loucura” e toda carga de preconceito que esse símbolo traz para o doente.
Psicóticos são cidadãos e merecem todos os direitos vigentes e cabíveis a um cidadão comum. Seus direitos a saúde e as demais instituições oferecidas pelo Estado devem ser mantidas. E o olhar para os portadores da doença não pode ser de exclusão e sim de inclusão ao meio social. Isso facilitaria a identificação precoce da psicose e um melhor viés da conduta terapêutica.



Maluco Beleza – Raul Seixas

Enquanto você/Se esforça pra ser/Um sujeito normal/E fazer tudo igual/Eu do meu lado/Aprendendo a ser louco/Um maluco total/Na loucura real/Controlando/A minha maluquez/Misturada/Com minha lucidez/Vou ficar/Ficar com certeza/Maluco beleza/Eu vou ficar/Ficar com certeza/Maluco beleza

E então? Mudou a sua ideia sobre o portador da psicose? Reflita um pouco a respeito e comente no nosso post!
Espero que tenham gostado, e continuem ligados!

Abraços!

Hellen Leite

segunda-feira, 1 de junho de 2015

ESQUIZOFRENIA É UMA PSICOSE??

A Esquizofreniaé uma doença da Personalidade total que afeta a zona
central do eu e altera toda estrutura vivencial. Ela é a representante mais característica das psicoses, sendo considerada seu tipo mais grave, porque seus sintomas são mais intensos e persistentes, podendo levar à deterioração de funções cognitivas e sociais, e acarretar maior prejuízo na vida pessoal e familiar. 

Culturalmente o esquizofrênico representa o estereótipo do "louco", um indivíduo que produz grande estranheza social devido ao seu desprezo para com a realidade reconhecida. Agindo como alguém que rompeu as amarras da concordância cultural, o esquizofrênico menospreza a razão e perde a liberdade de escapar às suas fantasias.



Os quadros de esquizofrenia podem variar de paciente para paciente, sendo uma combinação em diferentes graus de sintomas tais como delírios, alucinações, discurso e pensamento desorganizado, expressão das emoções e alterações de comportamento. A esquizofrenia ,em geral, começa entre as idades de dezesseis e vinte e cinco anos, mas a dificuldade de se reconhecer e compreender a doença geralmente retarda o diagnóstico e o início do tratamento correto. 

Até hoje não se conhece nenhum fator específico causador da Esquizofrenia. Há, no entanto, evidências de que seria decorrente de uma combinação de fatores biológicos, genéticos e ambientais que contribuiriam em diferentes graus para o aparecimento e desenvolvimento da doença.

As medicações antipsicóticas ou neurolépticos são o tratamento de escolha para a esquizofrenia. Elas atuam diminuindo os sintomas (alucinações e delírios), procurando restabelecer o contato do paciente com a realidade; entretanto, não restabelecem completamente o paciente. As medicações antipsicóticas controlam as crises e ajudam a evitar uma evolução mais desfavorável da doença. Em geral, as drogas antipsicóticas apresentam efeitos colaterais que podem ser bem controlados.

E então gostaram do texto? Comentem!! Iremos falar de outros tipos de psicose mais adiante e no próximo post falaremos sobre: Psicose na sociedade, como é tratada?

Saulo

"CISNE NEGRO"

Um pouco sobre o que abordaremos no próximo post!!




CISNE NEGRO (Black Swan - EUA 2011) 
Suspense - 16 anos - 108 min.
Direção : Darren Aronofsky

SINOPSE: Apoiada pela mãe, uma bailarina aposentada, Nina (Natalie Portman) se dedica totalmente à companhia de dança de balé da qual faz parte. A grande oportunidade desta jovem surge quando o diretor artístico Thomas Leroy (Vicente Casset) procura por uma dançarina para protagonizar o Lago dos Cisnes. Lily (Mila Kunis) tem toda a aptidão para a sensualidade do Cisne Negro, enquanto Nina se mostra ideal para viver o Cisne Branco, inocente e gracioso. Nesta disputa, Nina passa a conhecer melhor o seu lado sombrio, e este autoconhecimento pode ser destrutivo.
O filme "Cisne Negro" fala sobre situações que podem desencadear psicoses e suscita o interesse dos espectadores a respeito da esquizofrenia. Nosso próximo post será sobre isso: ESQUIZOFRENIA!! A esquizofrenia é uma PSICOSE?? Fiquem ligados!!