terça-feira, 9 de junho de 2015

Psicose no Idoso



À medida que a população envelhece, cresce nela, também, a prevalência de transtornos psiquiátricos e neurológicos, o que, frequentemente, contribui para incapacitações funcionais, cognitivas e afetivas. Visse e Blazer (1999), referindo-se à avaliação do idoso, utilizam o termo síndromes psiquiátricas – em vez de transtornos mentais - , afirmando que as síndromes são mais comuns como entidades diagnosticas na psiquiatria geriátrica. Entre as síndromes psiquiátricas, as psicoses estão em quarto lugar entre idosos que procuram os serviços de saúde mental.

Ao entrar na velhice, o portador de psicose e seus familiares já convivem há tempos com a doença e, provavelmente já estabeleceram concepções e formas de lidar com ela. As crenças e valores relacionados à velhice e ao processo de envelhecimento serão , assim, agregadas a tais concepções, o que pode resultar em novos desafios pela frente e, consequentemente, em uma nova configuração familiar. Assim sendo, o surgimento rompe com um determinado funcionamento socioafetivo do grupo familiar. Numerosas são as tarefas dos familiares neste contexto: administrar o tratamento farmacológico; lidar com as situações de crise; proteger o familiar doente de situações de perigo potencial ou real; prover sustento financeiro ou ajudar na organização financeira quando ele não possui condições para tal.
Há ainda as dificuldades de ordem afetiva ,pois as demonstrações de afeto positivas por parte do familiar doente, por via de regra, são raras ou quase inexistentes, característica marcante dos transtornos psicóticos graves. Um idoso portador de transtorno psicótico tem a sua capacidade de expansividade social e afetiva as vezes tão reduzida que ele não conseguirá atender aos pedidos de profissionais e familiares que recomendam a realização de atividades em grupos, como uma forma de aumentar os contatos sociais. Esses contatos trazem benefícios fisiológicos, e também psicossociais, porém, o idoso que sofre de psicose, muitas vezes consegue realizar as atividades solicitadas.
Somando-se a tudo isto, existe ainda o estigma da doença mental, culturalmente, ainda presente. Por isso, muitas vezes esses idosos são privados da vivência em família, realocados para casas de repouso, hospitais psiquiátricos e abandonados em seus próprios lares. Esses, mesmo com a atenção dos cuidadores, acabam se isolando ainda mais, o que pode complicar ainda mais o seu quadro, pois apresentam as mesmas dificuldades daqueles que convivem em ambiente familiar, só que de forma mais acentuada.
Vemos que as psicoses podem surgir em qualquer idade, até mesmo em idosos. E com o envelhecimento da população o número de idosos com psicoses ou outra síndrome psiquiátrica vem aumentando. Vemos também que o apoio da família é bastante importante, pois o idoso já precisa de cuidados extras, e precisa ainda mais quando tem alguma doença que afete a sua maneira de ver o mundo, criando outra realidade. O afeto do psicótico pode até diminuir, mas o da família, deve aumentar, pois com a ajuda desta, o tratamento e o controle da doença é muito mais fácil, e o psicótico pode, então ter uma vida normal livrando-se de muitas alucinações.


Gostaram do post? Espero que vocês tenham entendido um pouco sobre Psicose no Idoso.

Abraços,
Érica Quintela.

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